sábado, 16 de outubro de 2010

Nobel

O Nobel de literatura foi para Mario Vargas Llosa. Sempre gostamos muito dele, sempre admiramos o seu estilo, o seu talento para usar as palavras, para brincar com elas. Sempre nos pareceu muito sensato em suas colocações sobre o mundo, a política. Apreciamos algumas de suas obras, outras não tanto...  Los Cuadernos de Don Rigoberto, Pantaleón y las visitadoras, e La Tía Julia y el escribidor são excelentes e muito úteis para as aulas de minha dona.

Não sabemos se o Nobel é merecido ou não.  A justificativa da Academia Sueca é de que  o prêmio foi para Vargas Llosa "por sua cartografia de estruturas de poder e suas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota do indivíduo". Os jornais e acadêmicos do mundo inteiro aplaudem a escolha. Talvez esse prêmio não seja, afinal, como o Oscar (depois de preterido várias vezes, o candidato ganha "pelo conjunto de sua obra"....). De qualquer maneira, como fãs do autor peruano, vibramos aqui no nosso apê. 

Minha dona esteve, certa vez, frente a frente com ele, na Casa del Libro, em Madri. Quando levantou os olhos da mesa de ofertas, eis que do outro lado estava ele. Era inverno, e ele usava um cachecol de lã do tom exato dos seus olhos. Minha dona se sentiu muito tentada a comprar um de seus livros e pedir-lhe um autógrafo (sim, ela é desse tipo... mas isso, como diria Júlio Gouveia, é uma história que fica para outra vez...), mas observou que todos os demais presentes na loja estavam agindo com cuidadosa indiferença à presença do famoso escritor.  Enquanto se debatia com seus pensamentos, se devia ou não comprar um livro (considerando que já tinha muitos...) e pagar o mico de pedir-lhe um autógrafo, quando deu por si, o autor já havia deixado a livraria. Ela não se perdoa até hoje... 
  

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